Ponte da João Pessoa revela segredos
Ponte da João Pessoa revela segredos
Texto e Foto de Ângela Tavares (TCC)
Muitos de nós, ao passarmos pela João Pessoa esquina Ipiranga, não nos damos conta de estarmos utilizando uma ponte. Muito menos, de que ela representaria um dos tesouros arquitetônicos da cidade. Menos ainda, curiosamente, de que ela acolheria e sustentaria um conjunto de oito palmeiras, antigas, altas, fortes o suficiente para resistir aos ventos do corredor do Arroio Dilúvio.
Em 1940, os festejos do bi-centenário de Porto Alegre (cuja fundação hoje é comemorada em outra data), incluíam a inauguração de obras concebidas dentro do conceito “monumental”, de responsabilidade do arquiteto Cristiano de la Paix Gelbert, diretor de Arquitetura na gestão do Prefeito Loureiro da Silva. É o caso da nossa ponte. Esta obra nos mostra detalhes interessantes, como os guarda corpos em granito, os elementos verticais marcando as extremidades da ponte e que receberiam luminárias, então muito valorizadas, locais de lazer e mirantes, escadarias que descem até a margem do canal para que a população, na época, pudesse acessar os barcos que comercializavam as frutas e verduras produzidas nos arredores da cidade.
O novo prolongamento da Av. João Pessoa receberia, além da ponte em “art nouveau”, canteiros centrais, ornados com Palmeiras da Califórnia (de onde são originárias), também chamadas Palmeiras da Imperiais. Eram muitas as edificações e muita a pressa. Os trabalhadores estavam orientados para executar o plantio somente nos canteiros da avenida, saltando o leito da ponte. Sem se dar conta, os operários plantaram também onde não estava previsto. Para surpresa de todos e sorte nossa, as palmeiras cresceram, transformaram-se em atrativo turístico incomum, de que hoje Porto Alegre se orgulha e se sente homenageada quando elas, em cumplicidade com o vento, curvam-se em reverências imperiais a esta capital, a esta feliz cidade, saudando-a.
FELICIDADE, PORTO ALEGRE.
É imprensionante como a gente passa e apressados não prestamos atenção por onde passamos e assim não apreciamos as maravilhas que temos em nossa Porto Alegre.
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